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Atletismo Mundial
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Bolt coloca à prova os limites do homem no atletismo em Londres

Usain Bolt, o corredor que monopolizou as atenções do mundo no Estádio Ninho do Pássaro, em Pequim, ao vencer as provas dos 100m, 200m e 4x100m com incrível facilidade, aparentemente vai enfrentar apenas os limites do homem em Londres.

Handout/Reuters

Bolta está pronto para estarrecer o mundo com nova marca

Nos Jogos Olímpicos de 2008, Bolt correu os 100m em 9s69, mesmo desacelerando nos metros finais, os quais correu com os tênis desamarrados. Baseado em sua velocidade nos 60m iniciais, seu treinador vaticinou que o jamaicano poderia ter atingido a marca de 9s52.

No ano seguinte, no Mundial de Berlim, o velocista melhorou sua marca para 9s58. Segundo o estudo “Limites à velocidade de corrida em cachorros, cavalos e homens”, do pesquisador Mark W. Denny, da Universidade de Stanford, o limite para o homem nos 100m é 9s48.

Denny se baseou nos tempos registrados por cavalos em provas como o tradicional Kentucky Derby e nas corridas nacionais inglesas de cachorros. A análise dos dados coletados apontou que nos cães e cavalos, a velocidade máxima atingiu um platô - um ponto a partir do qual cessou a progressão - entre os anos 40 e 70. Ele especula que, por meio da seleção natural e pela melhoria na alimentação, estes animais teriam evoluído em direção a um corpo ideal para correr.

Bolt está bastante perto do limite. Se ultrapassá-lo, o trabalho de Denny será reduzido à condição de curiosidade histórica. Na sua tese, publicada em 2008, ele tece comentários sobre o jamaicano. “Os recordes de Bolt colocariam em xeque as estimativas feitas aqui? A resposta é não. As marcas de Bolt são apenas pequenos avanços em relação às marcas anteriores nos 100m e 200m, de 0,3% e 0,1%, respectivamente.”

Sejam quais forem os limites, Bolt parece estar prestes a alcançá-los. Ao menos é o que indica seu pai, Wellesley, também ele um corredor de 200m e 400m nos tempos de colégio. Ele foi entrevistado pelo jornal britânico Daily Mail. “Eu nunca o vi assim, tão sério. Está apenas treinando, está tão focado.”

Wellesley diz que os treinamentos com o atual campeão mundial dos 100m, Yohan Blake, estão surtindo efeito. Blake aproveitou que Bolt foi desqualificado na eliminatória do Mundial de Daegu, no ano passado, para vencer com o tempo de 9s92. “Blake está puxando (o ritmo de Bolt). Ele vai estar em Londres aspirando a uma marca de 9s40 ou algo parecido”.

DE VOLTA
Mas não é só Bolt que está se preparando para estarrecer o mundo. No Mundial Indoor de Istambul, a musa Yelena Isinbayeva provou que está de volta, após atravessar um período de três anos sem obter resultados importantes. Ela chegou a parar de treinar por dez meses em 2010, cansada da rotina de atleta.

Nesse ínterim, trocou de treinador: Vitaly Petrov, hoje encarregado de orientar a brasileira Fabiana Murer, deu lugar a Yevgeny Trofimov, seu primeiro mentor, que a treinou dos 15 aos 23 anos. Com ele, a russa estabeleceu nova marca mundial indoor: 5,01m. Foi o 30.º recorde da saltadora, incluídos os outdoors.

Segundo Petrov, Isinbayeva tem potencial para chegar à incrível marca de 5,30m. Ela parou nos 5,06m, em 2009.

Outra musa que pode impressionar no Estádio Olímpico de Londres é Blanka Vlasic. A croata, que é bicampeã mundial, deixou o ouro escapar em Pequim. Seu recorde pessoal é 2,08m, apenas um centímetro abaixo de um dos mais antigos recordes do atletismo, os 2,09m estabelecidos pela búlgara Stefka Kostadinova em 1987.

NA TURQUIA
O Mundial de Istambul testemunhou também a volta de outra vedete de Pequim: a queniana Pamela Jelimo, campeã olímpica nos 800m. Acostumado a colecionar vitórias com seus corredores de fundo, o Quênia festejou na última edição dos Jogos a primeira conquista de uma corredora.

Jelimo começou a se distinguir em junho daquele ano, ao quebrar o recorde africano dos 800m, com 1min54s99. Obter nova marca continental, neste caso, foi uma façanha, pois ela pertencia a ninguém menos que Maria Mutola, a moçambicana que foi campeã olímpica em 2000. Em Pequim, Mutola, batida na final, deixou claro a sua admiração. “Nunca vi nada igual!”.

Em 2009, por causa de uma lesão no tendão de Aquiles, Jelimo teve desempenho apagado no Mundial de Berlim. A vitória no Mundial de Istambul recolocou o seu nome no páreo.

O interesse pelos 110m com barreiras prova acompanhado com atenção em Pequim devido à presença do então campeão mundial e olímpico, o chinês Liu Xiang, permanece. Xiang se lesionou, e o duelo com o cubano Dayron Robles, que acabaria com a vitória no Ninho do Pássaro, foi adiado. No Mundial de 2011, Robles foi desqualificado por segurar o punho do chinês, que liderava.